Com cerca de 84 milhões de hectares, a Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, abrange os municípios mais pobres do país e seus 32 milhões de habitantes fazem desse o semiárido mais populoso do planeta.
Da extensão original, que perfaz 11% do território brasileiro, restam 50% e um risco real de desertificação.
Esse cenário desperta na RECAA as três metas para 2030:
i) Converter 250 mil hectares de áreas degradadas em Caatinga, extensão correspondente a metade do débito ambiental de áreas de preservação permanente e reservas legais do bioma (Soares-Filho et al., 2014);
ii) Melhorar a gestão em 1,4 milhões de hectares, área obtida por (GAEA; ISS, 2023 p. 50), articulando com Estados, Municípios, organizações não governamentais e povos da Caatinga instrumentos e ações estruturantes em restauração que sejam estabelecidos nas diversas instâncias; e
iii) Gerar 105.000 empregos diretos e indiretos, decorrentes das metas anteriores, número obtido a partir dos estudos de Brancalion et al. (2022).
Os grupos de trabalho serão fundamentais para o alcance das metas, tornando-se espaços geradores de inteligência e fortalecedores de organizações de restauração, nos quais serão criadas oportunidades e articulações de políticas públicas, de planejamento espacial, monitoramento da restauração e geração de pesquisas e boas práticas na restauração.
Afinal, na RECAA, restauração é feita de gente.
Referências Bibliográficas
BRANCALION, P. H. S. et al. Potencial de criação de empregos para restauração de ecossistemas no Brasil. Pessoas e Natureza, v. 4, p. 1426-1434, 2022.
Disponível em: https://besjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/pan3.10370
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Caatinga. Brasília, DF: MMA, 2018. Disponível em: http://www.mma.gov.br/biomas/caatinga.
INSTITUTO GAEA ESTUDOS AMBIENTAIS LTDA.INSTITUTO INTERNACIONAL PARA SUSTENTABILIDADE. Relatório Final sobre áreas prioritárias para recuperação da vegetação nativa na Caatinga, Pampa e Pantanal. Rio de Janeiro: ISS, p.50. 2023.SOARES-FILHO, B. et al. Cracking Brazil’s forest code. Science, v. 344, n. 6182, p. 363-364, 2014.